3 lições do filme Into the wild


 3 Lições do filme into the wild (Na Natureza Selvagem)

O filme

 


Into the Wild (2007) - Na Natureza Selvagem, título em português do Brasil - é um filme biográfico de drama escrito e dirigido por Sean Penn. É uma adaptação do livro de não-ficção de mesmo nome de 1996 de Jon Krakauer baseado nas viagens de Christopher McCandless através da América do Norte e sua vida passada no deserto do Alaska no início da década de 1990. O filme é estrelado por Emile Hirsch como McCandless com Marcia Gay Harden e William Hurt como seus pais e também possui Catherine Keener, Vince Vaughn, Kristen Stewart, e Hal Holbrook.

A pessoa


Em 1990, com 22 anos, Christopher McCandless ao terminar a faculdade, doa todo o seu dinheiro a uma instituição de caridade, muda de identidade e parte em busca de uma experiência genuína que transcendesse o materialismo do cotidiano. Numa procura por significado para a vida onde os valores monetários não fossem o centro do existir.

Vindo de uma família próspera porém cheia de mentiras, Christopher decide que aquele não é o caminho que deseja para si mesmo e em segredo “cai na estrada” em busca de um sentido real para a sua vida. Perambula por uma boa parte da América (chegando mesmo ao México) a pé, de carona ou até de canoa, arranjando empregos temporários sempre que o dinheiro faltasse, mas nunca se fixando muito tempo no mesmo local.
Desconfiado das relações humanas e influenciado pelas suas leituras, que incluíam Tolstoi e Thoreau, ansiava por chegar ao Alasca, onde poderia estar longe do homem e em comunhão com a natureza selvagem e pura. Nas suas andanças vai fazendo amigos e sua maneira peculiar de viver causa forte impressão em todos.
 

Minhas impressões sobre o filme



O filme é cheio de imagens belíssimas. Um passeio pelos lugares que eu gostaria de conhecer um dia, mas na verdade um filme cujo título é “Na Natureza Selvagem” tinha no mínimo nos deixar sem fôlego com as imagens da paisagem natural americana. Aqui nada de inovação ou surpresa.

A figura de Alex Supertramp é fascinante.
 
Ao mesmo tempo que possui grande sensibilidade e carisma com as pessoas que vai conhecendo ao longo do caminho mostra-se sempre firme e decidido em seu propósito de deixar a civilização o que é, num certo sentido, um contrassenso. Afinal Chris odeia a sociedade? Ou apenas não encontrou seu lugar nela?

Com relação aos pais de Chris eu suspeito que eles tiveram espaço no filme apenas para tentar levantar dois ponto para debate:

1-  uma família desequilibrada provocou a necessidade de fulga de Chris?

2-  Chris é apenas mais um garoto mimado desajustado nascido no seio do capitalismo americano?

Uma parte importante do filme é a narração de alguns fatos da família pela voz da irmã de Chris. Achei um instrumento poderoso na construção do filme, o personagem principal não teria tanta profundidade sem essa narrativa.

A trilha sonora é simplesmente perfeita. Ainda vou conseguir essa trilha e colocar pra tocar todos os dias quando acordar...
 

O que aprendi


Estamos todos agarrados, presos a conceitos muito estreitos do que é viver. Passamos um terço do dia dormindo, um terço trabalhando, mais umas 2 ou 3 horas presos no transito e achamos isso normal. Existe muito mais para ser vivido do que aquilo que nós nos acostumamos a imaginar.

A vida pode ter um sentido absurdamente amplo. Não cabe a mim dizer como é viver do jeito certo. Cada pessoa deve, assim como Christopher McCandless, buscar no lugar mais profundo de si mesmo aquilo que transformará a vida em uma existência que possua sentido. Ache aquilo que é importante para você acima de tudo e passe a direcionar sua vida para que ela seja cheia daquilo que você considera primordial.


A felicidade não esta de modo algum ligada a quanto dinheiro você têm na conta corrente. Viver com quase nada a não ser o que pode ser levado numa mochila, depender de estranhos, contar com a sorte. Isso pode ser aterrorizante para muita gente.
 
Mas é possível viver num nível bem mais frugal do que aquele que as novelas nos fazem desejar como meta. Reconheço que estamos cercados de coisas e mais coisas. Todo dia aparece um novo produto e estamos muito propensos a gastar e gastar. Porém esse consumismo pode ser na verdade uma prisão. Não podemos perder o foco e afundar num mar de coisas, perdendo completamente as outras faces que a vida nos apresenta. Dinheiro pode ser uma prisão.

O que fica:


Já li “Andar a pé” de Henry David Thoreau e gostei bastante (vou rever e talvez resenhar no blog)


1.    Ler o livro into the wild de Jon Krakauer;

2.    Ler Liev Tolstói começando pelos grandes clássicos, Guerra e Paz e Anna Karenina;

3.    Ler Thoreau principalmente o “A desobediência civil”;

4.    Diminuir meu ritmo consumista, focar mais nas experiências e não nas “coisas”- incluir isso na rotina matinal;

5.    Estudar a paisagem natural do Alasca.

Um Aviso:


Se você assistiu ou pretende assistir ao filme “na natureza selvagem” por favor não saia por aí fazendo esportes radicais sem treinamento, não queime seu dinheiro ou coisas do tipo e principalmente não se arrisque em ambiente selvagem sem o devido planejamento. Isso pode ser fatal.

Conclusão:


O filme é excelente pois traz uma mensagem poderosa sobre “o que é felicidade”.

Nos leva a refletir sobre como temos seguido nessa nossa vida e onde isso nos levará.

Mostra que é possível viver fora da roda do consumismo.

Como inspiração, deixo essa música do Legião urbana, que por algum motivo ficou martelando enquanto eu escrevia esse texto.


Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá

II

Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa

Quase acreditei, quase acreditei

E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo

Olha o sopro do dragão

III

É a verdade o que assombra
O descaso que condena
A estupidez, o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais

Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer, a alma entende
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão

Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então

IV

- Tudo passa, tudo passará

E nossa estória não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora
Apenas começamos

Comentários

  1. espero que ja tenha conseguido a trilha sonora, eu escuto sempre que posso.

    ResponderExcluir

Postar um comentário